domingo, 24 de novembro de 2013

A nossa Bahia

Por Juahrez Alves

Conforme dizem, a Bahia é um celeiro de talentos artísticos, onde por todo lado ouve-se os cantos e batuques da rapaziada, até nos fundos dos ônibus coletivos de Salvador e das cidades mais populosas do Estado.

No entanto, a frequência maior desse hábito é mesmo por toda a periferia da capital baiana, onde se vê o povo dançando nas esquinas e os meninos alegres, mesmo de barriga vazia, agarrados em seus tambores de lata, gaitas de papel e outros apetrechos e artifícios, acompanhando a música que vem lá de dentro do barzinho, de quase todo barzinho de fim de semana, provocando a ginga das belas negras quase nuas, exibindo o que a natureza lhes deu, o que o santo não gosta, o que o diabo atocha, mas no final sai uma mistura bacana, o profano na terra mística, na baia de Deus.

Tudo isso é o que a nossa Bahia tem: o desmedido na medida certa para o baiano driblar o sistema, fazendo de um poema um meio de vida. Fazendo de um instrumento, a sua razão de ser e de acontecer, de amar, de levar a fama de não nascer, estrear, com a beleza e o sentimento à flor da pele, melhor jeito de amar, não há. Eita Bahia arretada.

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